OS PRIMEIROS HABITANTES
Tapiramutá, no início foi habitada pelos índios Paiaiás. Tempos após, por caçadores, que, no intuito de abater tapiras (antas), presas de carne de grande sabor e de grande valor comercial. Na época, havia imensas matas, onde vivia grande quantidade desses animais. Assim, os caçadores que caçavam no local, construíram pequenas casas de palha (possivelmente, de palmeira, conhecida também na região como Babaçu). As casas foram, provavelmente, quatro.
Os caçadores faziam suas esperas e abatiam as antas quando estas se aproximavam à distância média, sendo possível o acerto do alvo.Sua carne (das antas) era exportada para Vila Ventura, pertencente ao Município de Morro Chapéu, que naquele tempo, era local de imenso movimento, devido exploração para extração de diamante e outros minerais de valor comercial.
OS PRIMEIROS NOMES RECEBIDOS POR TAPIRAMUTÁ
Por volta do ano de 1901, o lugarejo recebeu a denominação de Palha (seu primeiro nome), por causa da existência de palhoças feitas pelos caçadores (as chamadas casas de palha). Estão relacionados como sendo os primeiros caçadores os senhores Pedro Carcará, Cláudio, Benício, Gaudêncio, sendo o líder de todos o Sr. Hilário Bispo dos Santos. Numas das casas, existia uma bodega, na qual eram vendidos cereais, tipo feijão, arroz, farinha de mandioca, açúcar, biscoito e bebidas alcoólicas.
Já em 1910 o lugarejo ganha um novo nome, passando de Palha para Espera D’anta, denominação recebida, sem dúvida, devido ao animal que vivia abundantemente na região (anta, ou tapira, nome de origem indígena). Por esta razão, foi que surgiu o nome Espera D’anta, oficializado como Distrito de Mundo Novo, pelo Decreto Estadual n.º 9.337 de 21/02/1935.
Os habitantes que para aqui vieram, nos primeiros anos de vida de Espera D’anta foram Honorato Fernandes de Souza e irmãos, Hilário Bispo dos Santos e família, João Virgulino, João Venâncio, João Almeida, José Vieira, Afonso Gomes, Pedro Almeida, Joaquim Fogueteiro, Zacarias Rosa, José Francisco, Leonardo Queiroz, Heliodório Nery e família entre muitos outros. O Sr. João Américo de Oliveira veio habitar no lugar anos após e construiu uma casa na praça que hoje tem o seu nome, situada (como referência) no centro da cidade, onde há o Banco Bradesco, a Sede da Prefeitura Municipal e o Hospital Municipal Dr. José Nery.
CONSTRUÇÃO DAS PRIMEIRAS CASAS DE TELHAS DE BARRO
Ainda no ano de 1901 o Sr. Hilário Bispo construiu a primeira casa de telhas de barro, numa praça central do lugarejo. Hoje, o local é a Praça Eliodório Nery, que limita-se com as Ruas Ruy Barbosa, 31 de Março, Olavo Bilac e “Calçadinho”. Construíram-se depois muitas outras casas. Novos habitantes que foram chegando, deram início a novas construções, das quais deve-se destacar uma capela que foi coberta de palhas e um barracão, onde o povo começou se reunir para a feira-livre. Todavia, a chefia do Povoado que começava a crescer, permanecia sob a responsabilidade do Sr. Hilário Bispo.
Hilário ajudou a dar um novo aspecto às construções que iam surgindo e lutou pela mudança de um barracão para a nova praça, conseguindo, assim, o seu ideal, com a colaboração do Prefeito de Mundo Novo.
Posteriormente, o Sr. Virgílio de Pinho Pedreira da Silva, mudou-se para o lugar, gastando, assim, a sua mocidade em prol do bem-estar de Espera D’anta, até chegar a sua emancipação em 27 de julho de 1962, tendo sido seu primeiro Prefeito.
REALIZAÇÃO DA 1.ª MISSA
Na citada capela foi celebrada a primeira missa, no ano de 1913, pelo Padre de Mundo Novo, José Dias, segundo depoimento de D. Maximiana Barbosa, que também se casou naquela data. Mais tarde foi construído um templo na praça que hoje tem o nome de João Américo de Oliveira, coberta de telha, no qual foi sepultada a primeira esposa do Sr. Hilário Bispo.
OUTROS HABITANTES
Em 1950 outras pessoas desembarcaram por aqui. O casal Almerindo Guimarães Chaves e sua esposa, Dona Clarice Lima Chaves. Estes últimos assumiram o Cartório de Registro Civil desta Vila e prestaram relevantes serviços à comunidade local até as suas mortes.
Péricles Alves de Lima, cirurgião-dentista também foi um dos que veio residir por aqui, dando toda sua vida em serviço dos humildes, ajudando esta vila em seu crescimento.
MUDANÇA DE ESPERA D’ANTA PARA TAPIRAMUTÁ
A mudança de Espera D’anta para Tapiramutá teve como razão a transposição do significado de ESPERA e ANTA, por causa das esperas para o abatimento das antas pelos caçadores. Em língua indígena Tapira significa anta e, mutá, Espera. Dessa forma Tapiras+mutá = Espera de antas. Daí, o nome Tapiramutá. A mudança foi oficializada através do Decreto Estadual n.º 11.098.
EMANCIPAÇÃO POLÍTICA E PRIMEIRA ELEIÇÃO PARA PREFEITO, VICE-PREFEITO E VEREADORES
Tapiramutá teve sua emancipação política no dia 27 de julho de 1962, através da Lei Estadual n.º 1.747. A primeira eleição ocorreu no dia 03 de outubro de 1962, sendo eleito para Prefeito o Sr. Virgílio de Pinho Pedreira da Silva.
PREFEITOS QUE GOVERNARAM TAPIRAMUTÁ DESDE SUA EMANCIPAÇÃO EM 1967
1.º - Virgílio de Pinho Pedreira da Silva ................... 1963 a 1966
2.º - Derrnival Ribeiro Marques ............................. 1967 a 1970
3.º - Elenivo Oliveira ......................................... 1971 a 1972
4.º - Simplício Colombo Gomes ............................. 1973 a 1976
5.º - Antônio Barreto Nery .................................. 1977 a 1982
6.º - Odacir Costa dos Santos ............................... 1983 a 1988
7.º - Itamar Lima Chaves .............................. 1989 a 06/05/92
8.º - Edvaldo Pereira Novais .................... 06/05/92 a 31/12/92
9.º - Antônio Carlos Fonseca Gomes ...................... 1993 a 1996
10.º - Raimundo Vasconcelos Santos ..................... 1997 a 2000
11.º - Antônio Carlos Fonseca Gomes ..................... 2001 a 2004
12.º - Antônio Carlos Fonseca Gomes ..................... 2005 a 2008
13.º - Luciano Marques Nery 2009 a 2012 ........................ (atual)
Fontes:
ü Internet
ü Depoimentos de pessoas contemporâneas
ü Relatório de diagnóstico do Plano Decenal de Educação – PME (Tapiramutá-BA), da Coordenação do Plano Decenal de Educação.
